No Acervo do Macedo

Autor da Quinzena:

Victor-Marie Hugo (Besançon, 26/02/1802 — Paris22/05/1885) foi  um romancistapoetadramaturgoensaístaartistaestadista e ativista pelos direitos humanos francês de grande atuação política em seu país.  É autor de Os miseráveis e O Corcunda de Notre-Dame, entre diversas outras obras clássicas de fama e renome mundial. Comemoramos nesse mês de fevereiro os 220 anos de seu nascimento.

O pai de Victor Hugo foi um militar que chegou a ser general de Napoleão Bonaparte; sua mãe era uma católica fervorosa e essa conjunção entre a fé republicana e a monarquia católica marcou a primeira formação do futuro escritor. Foi somente mais tarde, durante os eventos que levaram à Revolução de 1848, é que ele iria começar a se rebelar contra esta educação dual, defendendo a República e o livre-pensamento.

Precoce, aos 15 anos recebeu um prêmio da Academia Francesa por seus poemas. Aos 17, fundou uma revista literária ao lado de seus irmãos. Aos 23, recebeu por mais uma obra a condecoração de Cavaleiro da Legião de Honra

Em 1827, publicou seu drama histórico Cromwell, cujo prefácio seria o manifesto do movimento literário romântico na França. Embora tenha conseguido uma vida financeira confortável, Victor Hugo percebeu a situação dos pobres em seu tempo e os colocou em suas obras. A mais conhecida de todas: Os miseráveis.

Ele dizia que: “onde o conhecimento está apenas num homem, a monarquia se impõe. Onde está num grupo de homens, deve fazer lugar à aristocracia. E quando todos têm acesso às luzes do saber, então vem o tempo da democracia”.

Por isso, envolveu-se em política, sendo eleito deputado. Após o golpe de Estado de 02 de dezembro de 1851, exilou-se, tornando-se um ferrenho opositor de Napoleão III. Retornou pouco depois, continuando a escrever e publicou em 1874 “Noventa e Três”, sobre a Revolução Francesa. Morreu em Paris em 22 de maio de 1885.

Livro da Quinzena:

Ulisses (Ulysses no original) é um romance do escritor irlandês James Joyce. Foi composto entre 1914 e 1921 em Trieste, Itália, Zurique, Suíça e Paris, França, e publicado no ano seguinte nesta cidade. Por descrever, em diversos pontos, aspectos da fisiologia humana então considerados impublicáveis, o livro foi censurado em diversos países, como nos Estados Unidos e no Reino Unido.

Ulisses adapta a Odisseia de Homero condensando a viagem aventurosa de Odisseu pelo mundo helênico no regresso da Guerra de Troia à ilha de que era rei, Ítaca, e onde havia ficado a sua esposa, a rainha Penélope, em 18 horas da “viagem” por Dublin do agente de publicidade Leopold Bloom no dia 16 de junho de 1904 e início da madrugada do dia seguinte. Através da descrição pormenorizada de um dia na vida de um grupo de pessoas, no limitado ambiente da Dublin de 1904 como enquadramento, Joyce pretende apresentar um microcosmo de toda a experiência humana. O “herói”, Leopold Bloom, um judeu irlandês, é na visão de Joyce um Ulisses moderno ou Um Qualquer, fraco e forte, cauteloso e precipitado, herói e covarde, englobando os múltiplos aspectos de cada ser humano e de toda a humanidade.

Esta obra completa exatamente 100 anos da sua publicação em fevereiro de 2022, mesmo mês do nascimento do seu autor que também faria 140 anos. Considerado por muitos uma obra intraduzível devido à complexidade de suas referências, ganhou só na língua portuguesa, seis traduções: duas lusitanas e quatro brasileiras.

É a obra-prima do escritor irlandês James Joyce, que nasceu na Irlanda em 1882 e morreu na Suiça em 1941. Ulisses, portanto, foi publicado quando o autor contava com apenas 40 anos. Além desse livro, ele escreveu o livro de contos Dublinenses/Gente de Dublin (1914) e os romances Retrato do Artista Quando Jovem (1916) e Finnegans Wake (1939). E, embora tenha vivido a maior parte da sua vida exilado, seus romances sempre falavam da Irlanda.

Fato / Personagem da Quinzena:

Em 06 de fevereiro é comemorado o Jubileu de Platina do Reinado da Rainha Elizabeth II. Isto é, os 70 anos de sua subida ao trono.

Elizabeth é a soberana mais longeva da monarquia britância e a quarta do Ocidente (perde apenas para Johan II de Liechtenstein, com 70 anos e 3 meses; rei Bhumibol Adulyadej da Tailândia, 70 anos e 4 meses e o rei Luís XIV, com 72 anos e 100 dias de reinado). Mas superou sua ancestral, a rainha Vitória que ficou 68 anos no trono de Saint James.

Embora a data correta seja em fevereiro, as comemorações vão acontecer em junho, por ser o mês de verão no Hemisfério Norte. A mesma coisa acontece com o aniversário da rainha, que nasceu em 21 de abril de 1926, mas cujas comemorações também ocorrem no segundo sábado de junho.

Ela é a atual Rainha do Reino Unido e de mais catorze Estados independentes chamados de Reinos da Comunidade de Nações, além de chefe da comunidade Commonwealth (em 1952 com a morte de Jorge VI) formada por 53 estados. Sendo a primeira monarca feminina soberana da Casa de Windsor (ramo da Casa de Saxe-Coburgo-Gota) e a Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra. Em algum de seus outros Estados soberanos, ela possui o título de Defensora da Fé.

A rainha Elisabeth é também a rainha de quatro países independentes: Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Entre 1956 e 1992 o número de países do reino britânico variou, pelo fato de determinados territórios terem ganhado sua independência, enquanto outros tornaram-se repúblicas. Atualmente, além dos quatro primeiros Estados mencionados, é a rainha da Jamaica, Bahamas, Granada, Papua-Nova Guiné, Ilhas Salomão, Tuvalu, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Belize, Antígua e Barbuda e São Cristóvão e Nevis.

Nesse tempo, ela conheceu 14 primeiros-ministros ingleses, ao mesmo tempo que os EUA tiveram 13 presidentes, a Igreja Católica contou com 07 Papas, e o Brasil foi governado por 14 presidentes.

Garimpando o acervo:

Nesta seção vamos destacar não um livro em especial, mas uma coleção de livros de um autor pouco conhecido no Brasil, mas que está para a França o que Agatha Christie está para a Inglaterra. Seu nome é Georges Simenon.

Nascido na Bélgica em 13 de fevereiro de 1903, tomou depois a naturalidade francesa. Escreveu 192 romances, 158 novelas, além de obras autobiográficas e numerosos artigos e reportagens sob seu nome e mais 176 romances, dezenas de novelas, contos e artigos sob 27 pseudônimos diferentes. A tiragem das suas obras atinge 500 milhões de exemplares. 

Seu personagem mais conhecido é o Comissário Maigret, criado em 1929, quando o autor já tinha sólida carreira como escritor. Só sobre ele, Simenon escreveria 75 novelas e 28 contos.

Ainda a respeito de Maigret, a obra-prima do autor é O caso San Fiacre, mas merece destaque também O porto das Brumas, presente no acervo da nossa Macedo Soares.

O porto das Brumas pertence a trilogia das barcas, histórias que tem como pano de fundo os canais e rios da França, com sua grande movimentação de pessoas e mercadorias. Os outros livros são: A barcaça da morte e Eclusa número 1

O porto das Brumas é uma das histórias em que Maigret não está em Paris. Pouco à vontade longe da capital parisiense, ele deve aprender sobre o local, ao mesmo tempo que desvenda um assassinato e, ao sabor do abrir e fechar dos canais, reconstruir a história de uma tradicional família da região.

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