SUGESTÃO DE TEXTO PARA ATIVIDADES TEÓRICAS, RODA DE CONVERSA e outros. (o texto pode ser utilizado em partes ou diferentes formas durante todo o mês)
O lugar da luta nas aulas de Educação Física Ela é um conteúdo importante e agrega elementos como equilíbrio, força e agilidade, que podem ser ensinados aos alunos
Beatriz Santomauro 01 de Fevereiro | 2011
Abrir espaço no planejamento para ensinar como atingir, desequilibrar e derrubar um adversário pode parecer um contrassenso em tempos de tanta violência gratuita. Mas não é se você souber diferenciar as lutas (que são modalidades esportivas) das brigas (essas, sim, manifestações de agressividade desorganizadas). Tal como os esportes, os jogos e as ginásticas, elas são temas importantes do ensino de Educação Física. Com características próprias – atividades que fazem parte da história e cultura de diversos povos, têm regras e movimentos específicos -, elas podem ser praticadas por todos os alunos, independentemente da força, da altura, do sexo e da aptidão física de cada um.
Trabalho com lutas permite explorar força e agilidade
Como já foi explicado, a meta do trabalho na escola não é fazer a garotada lutar seguindo à risca as regras pertinentes a cada prática. O importante mesmo é garantir uma diversidade de propostas de atividades – combinando pesquisa, conhecimento de regras e, é claro, muito movimento. “Ao proporcionar essas vivências diversas, o docente permite à garotada conhecer novas possibilidades de movimentos, o que contribui para que a memória corporal da turma ganhe outros elementos, diferentes dos tradicionalmente realizados em jogos, como o futebol”, explica Eduardo Augusto Carreiro, mestre em Ciência da Motricidade Humana e gerente de esportes e lazer do Serviço Social da Indústria (Sesi), em São Paulo. Na prática, isso quer dizer elaborar aulas que explorem habilidades motoras e capacidades físicas que envolvam os seguintes aspectos: força, flexibilidade, equilíbrio e desequilíbrio, agilidade e corrida ou saltos. Esses são os elementos básicos para qualquer luta. Sendo assim, vale convidar os estudantes para experimentar um desafio de queda de braço ou para uma briga de dedão, em que os oponentes dão as mãos, mantendo os polegares levantados e, com o braço apoiado em uma mesa, tentar abaixar o dedão um do outro, por exemplo. O importante é levá-los a compreender quão fundamental é, em ambos os casos, empregar a força para vencer ao mesmo tempo em que é fundamental não se descuidar do equilíbrio. Sem se esquecer também de deixar claro que violência e deslealdade são alvos de punição.
As que privilegiam o equilíbrio são as que têm como desafio manter o corpo estável mesmo diante de quedas e de tentativas de deslocamento do adversário. Práticas que exigem força devem fazer com que a musculatura vença a resistência para realizar algum movimento, como empurrar, elevar, apertar e segurar. Atividades que envolvem agilidade e rapidez são as que pedem capacidade de deslocamento, tempo de reação curto entre o estímulo recebido e o movimento realizado. Já as que têm como foco a flexibilidade exigem movimentos amplos que atinjam maior amplitude articular para sustentar algumas posturas, como as de chutes.
Para treinar a força, por exemplo, a turma pode praticar o cabo de guerra e, para o equilíbrio, vivenciar atividades que exijam ficar em uma perna só e ao mesmo tempo derrubar o adversário com algum tipo de golpe.
Jogos, esportes e lutas exigem movimentos comuns
Embora as lutas possam parecer um conteúdo um tanto quanto desconectado dos esportes tradicionalmente praticados nas aulas de Educação Física, ao analisá-los com cuidado fica fácil perceber como os pilares força, flexibilidade, equilíbrio e desequilíbrio, agilidade e corrida ou saltos são comuns a todos. O que varia é a exigência, em relação a cada um deles, requerida dos participantes.
Formar em etapas: o projeto da Educadora Nota 10
Joice Nozaki Formada em Educação Física, a professora é especialista em Educação Física escolar e, atualmente, faz mestrado na área de formação profissional.
1) Sensíveis diferenças
A turma compara imagens de brigas e lutas e percebe que as primeiras são desorganizadas, enquanto as outras têm regras.
2) Clube da luta
Os alunos experimentam atividades como o braço de ferro e o cabo de guerra e confrontos com bexigas (o objetivo era tentar estourar a do colega), práticas que envolvem elementos como força e equilíbrio.
3) Estudo focado
Para aprender sobre esgrima, capoeira e judô, os estudantes pesquisam a história, as regras, os trajes e os atletas campeões. “A meta foi ampliar o leque de práticas corporais que a garotada conhecia”.
4) Resultado final
As informações das pesquisas são socializadas e todos são convidados a vivenciar o que aprenderam durante os estudos.
SUGESTÃO: em roda de conversa refletir com os estudantes sobre lutas e brigas, e quais tipos de lutas eles conhecem e praticam